“Há registros de que a cada hora, cinco crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil”
O abuso sexual de crianças e
adolescentes ainda é um tabu e um crime silencioso. Há registros de que a cada
hora, cinco crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual no Brasil.
E isso é somente a ponta do iceberg, já que o crime é altamente subnotificado.
A Childhood Brasil, organização fundada há mais de 20 anos pela Rainha Silvia da Suécia, reforça a importância de proteger as crianças e adolescentes e de promover uma ampla discussão sobre o tema. O primeiro passo para proteger crianças e adolescentes do abuso sexual é a informação. Quanto menos a sociedade fala sobre o assunto, maior é o silêncio em volta dos casos. E quanto maior o silêncio, maior é o sofrimento e o impacto da violência em suas vítimas, e maior a dificuldade de enfrentar o problema adequadamente.
“Uma parte importante do
problema da violência sexual contra crianças e adolescentes é a falta de
conversa. Jogar luz sobre o tema é fundamental para que a sociedade reflita
sobre como enfrentar essa questão urgente”, ressalta Laís Peretto, diretora
executiva da Childhood Brasil.
Sintomas de abuso
Em caso de suspeita, os pais e responsáveis devem ter um olhar cuidadoso e atento para identificar sinais de violência sexual no comportamento das crianças e adolescentes. Mudanças bruscas de comportamento sem explicação aparente, mudanças súbitas de humor, baixa autoestima, insegurança, comportamento sexuais inadequados para a idade e até mesmo desenhos podem ser sinais silenciosos de que algo não está bem. “Precisamos cada vez mais prestar atenção nas crianças e entender que, muitas vezes, meninos e meninas se expressam para além da voz, seja por meio de gestos, desenhos, comportamentos e até mesmo com o silêncio. Em quase todos os casos a vítima tenta se manifestar da sua própria maneira”, diz Laís.Se suspeitar ou tiver
conhecimento de um caso de violência sexual contra crianças e adolescentes, é
nosso dever DENUNCIAR (Disque
100), acolhê-los sem culpabilização e oferecer segurança e apoio
incondicionalmente.
A
educação é uma das formas mais eficazes de prevenir e enfrentar o abuso sexual
contra crianças e adolescentes. Ensinar desde cedo e com abordagens apropriadas
para cada faixa etária conceitos de autoproteção, consentimento, integridade
corporal, sentimentos e a diferença toques permitidos e desagradáveis é
fundamental para aumentar as chances de proteger crianças e adolescentes de
possíveis violações.
Laís ressalta que o diálogo
deve acontecer desde os primeiros anos da infância já que o abuso sexual pode
acontecer em todas as faixas etárias. “Estudos mostram que informações sobre o
corpo humano e a sexualidade podem tornar crianças e adolescentes menos
vulneráveis à violência sexual. Além disso, fornecem habilidades para que eles
procurem ajuda em situações de risco”.
Lei da Escuta Protegida
Sobre a Childhood Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário