“Estudo da ForwardKeys, empresa de
inteligência de viagens revela os impactos dessa previsão”
O Rio Grande do Sul ainda está
contabilizando os prejuízos de sua maior tragédia climática. E um dos pontos
mais graves para a recuperação do Turismo é a situação do Aeroporto Salgado
Filho, em Porto Alegre, o décimo mais movimentado do país, que segue desde o
dia 3 de maio fechado, ainda sem estimativa para a retomada das atividades. As
inundações interromperam pousos e decolagens no principal ponto de entrada e
saída aérea do estado.
A previsão é de que o aeroporto seja reaberto em dezembro
Estudo da ForwardKeys, empresa
de inteligência de viagens, mostra que para o período de 3 de maio a 30 de
novembro de 2024 (se realmente o aeroporto abrir em dezembro), estavam
programados 18,5 mil voos, com uma capacidade de quase 3 milhões de assentos.
Atualmente, os aeroportos do Rio
Grande do Sul, Florianópolis e Jaguaruna juntos conseguem absorver apenas 14% da capacidade semanal do
terminal.
Segundo dados de capacidade de
assentos programados, segundo o estudo da ForwardKeys, entre janeiro e abril
deste ano, o Rio Grande do Sul teve conexões com sete países (Brasil,
Argentina, Portugal, Panamá, Chile, Uruguai e Peru), operando 657 voos
semanais por sete companhias aéreas e teve mais de 1,7 milhão de assentos
programados. Para efeito de comparação, com base em junho deste ano, estão previstos
cerca de 120 voos semanais, uma redução de mais de 600 voos em comparação com
2023.
Já o número de assentos previstos para junho caiu de
444 mil em 2023 para pouco mais de 70 mil, queda de 84% em
relação ao mesmo período do ano anterior. Operadas por quatro companhias aéreas
e são exclusivamente domésticas. Além do mais, o fechamento do aeroporto
impactou as rotas de voo, levando muitas companhias aéreas a realocarem
estrategicamente parte de sua capacidade de assentos para diversos aeroportos
regionais da região sul.
73 mil assentos foram realocados para aliviar a perda de cerca de 500 mil de assentos
Segundo dados de viagens
aéreas da ForwardKeys, aproximadamente 73 mil
assentos foram realocados para aliviar a
perda de cerca de 500 mil de assentos, representando cerca de 14% da capacidade
perdida.
No entanto o estudo mostra que
apesar de toda essa situação desafiadora, houve uma tendência perceptível na
forma como os viajantes estão lidando com suas reservas. Em vez de cancelarem
suas viagens, a grande maioria está optando
por remarcar seus bilhetes.
As empresas estão operando
desde o dia 20 de maio 25,6 mil assentos chegando ao aeroporto de Canoas com
previsão até 30 de junho.
Florianópolis ficou com o
maior aumento no volume de assentos, com 33,7 mil novos assentos (+13%),
seguido por Caxias do Sul, com quase 8 mil assentos adicionais (+32%), Passo
Fundo, com 4 mil assentos novos adicionais (+24%), e Jaguaruna, com quase 2 mil
assentos adicionais (+20%) – destacando sua crescente importância como rota
alternativa.
Em relação a variação na
procura por passagens aéreas para aeroportos alternativos, de acordo com a
ForwardKeys, na semana iniciada em 6 de maio, as buscas por voos domésticos
para Porto Alegre caíram 52%. No entanto, as buscas por voos para Caxias do Sul
aumentaram 31% durante a mesma semana e continuaram subindo 20% na semana
seguinte. Para Florianópolis, o aeroporto internacional mais próximo, houve um
aumento de 2% na semana iniciada em 13 de maio e mais 3% na semana seguinte.
Em relação aos aeroportos
menores, o interesse em viagens também aumentou. Por exemplo, para Jaguaruna,
as buscas aumentaram 49% na semana iniciada em 6 de maio, em comparação com a
semana anterior. Para Pelotas, houve um aumento de 39% e para Passo Fundo, um
aumento de 26%.
O fechamento do aeroporto redesenhou a dinâmica de viagens no Sul do Brasil
Segundo Olivier Ponti, diretor de
Inteligência e Marketing da ForwardKeys, “o fechamento do aeroporto de Porto
Alegre redesenhou significativamente a dinâmica de viagens no Sul do Brasil.
Apesar dos óbvios transtornos iniciais, há sinais precoces de resiliência no
setor de turismo do Rio Grande do Sul, com um aumento do interesse em
alternativas regionais, ajustes estratégicos na capacidade de assentos pelas
companhias aéreas e flexibilidade dos viajantes na gestão de suas reservas”.
Impactos no Turismo Nacional
O Aeroporto Salgado Filho é
uma importante porta de entrada para estrangeiros no país. No período de 3 de
maio a 30 de novembro de 2023, ele teve o quarto maior volume de conectividade
aérea no Brasil, com uma média de 35 voos internacionais chegando por semana e
5 mil assentos disponíveis. O estudo da ForwardKeys salienta que isso
representa mais de 2% de todos os viajantes estrangeiros que chegaram ao
Brasil.
Os mercados emissores
estrangeiros mais importantes para o Rio Grande do Sul (de 3 de maio a 30 de novembro
de 2023) foram os Estados Unidos e o Uruguai, cada um representando 20% do
total de turistas internacionais, seguidos pelo Chile, com uma participação de
11%, Argentina com 6% e Alemanha, com 4%. E o Rio Grande do Sul, além de ser um
dos principais destinos do Brasil, também é um grande emissor de turismo
doméstico.
Os principais destinos dos gaúchos em 2023
De 3 de maio a 30 de novembro de
2023, os gaúchos fizeram mais de 828 mil viagens dentro do Brasil,
representando 5% do volume nacional.
Os principais destinos foram
São Paulo, com 48% das viagens, destacando a forte conexão comercial e cultural
entre os dois estados; Rio de Janeiro, com 14%, refletindo o apelo turístico da
costa carioca e suas atrações; Paraná, com 7%, destacando a proximidade
geográfica e as relações econômicas; e Bahia, com 5%.
Durante o período que o Aeroporto
Salgado Filho estiver fechado vai haver uma expressiva redução nas
viagens procedentes do Rio Grande do Sul, impactando fortemente o turismo
doméstico no país. Essa diminuição no movimento de passageiros afetará não
apenas a conectividade e a economia local, mas também terá repercussões
significativas nos destinos mais populares entre os gaúchos.