O Observatório de Turismo do RS enviou aos integrantes
da Câmara Temática Estudos e Pesquisas o conteúdo resumido da publicação “Travel
and Tourism Economic Impact 2016” da World Travel and Tourism.
O estudo apresenta os dados, contribuições
e desempenho do “Impacto Econômico das Viagens e Turismo referente ao ano de 2015,
as perspectivas para 2016 finalizando com as perspectivas de longo prazo
para os próximos 10 anos, que aponta que a Tailândia até 2026, passará para o
segundo colocado em termos de exportação de visitantes, passando a China e a
Espanha.
Impacto Econômico de Viagens e Turismo:
Atualização Anual – 2016
Dados Principais:
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Em 2015, Viagens e Turismo contribuíram com um total de US$7.2 trilhões para o
PIB mundial, representando 9,8% do PIB total.
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O setor manteve 24 milhões de empregos, ou 1 de 11 empregos no mundo.
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Viagens e Turismo cresceram 3,1% em 2015 - o 6º ano consecutivo de crescimento
positivo para o setor.
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A contribuição do setor para o PIB está estimada em um crescimento de 3,3% em
2016.
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Viagens e Turismo irá superar a economia global ao longo da próxima década,
crescendo a uma taxa média de 4% ao ano nós próximo 10 anos.
Contribuições 2015:
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A contribuição de Viagens e Turismo para o PIB e empregos em 2015 foi de US$2.2
trilhões (valores de 2015) e 108 milhões de empregos, respectivamente.
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Analisando os impactos mais amplos, incluindo contribuições indiretas e
induzidas, a contribuição total de Viagens e Turismo para a economia global em
2015 foi de US$7.2 trilhões (valores de 2015), o que equivale a 9,8% do PIB
total. Em termos de empregos, em 2015 Viagens e Turismo manteve 284 milhões de
empregos, ou 1 de 11 empregos no mundo.
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2.5 milhões de novos empregos foram gerados diretamente no setor em 2015,
aumentando o número de empregos diretos para 108 milhões. No total, 7.2 milhões
de novos empregos foram criados como resultados diretos, indiretos ou induzidos
pelo setor.
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A contribuição total de Viagens e Turismo para os empregos cresceu 2.6% em
2015, enquanto a contribuição total do PIB cresceu 3.1% - crescimento mais
amplo que a economia global (2.3%) pelo 5º ano consecutivo.
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Em termos de crescimento do PIB, o setor de Viagens e Turismo superou o
crescimento de outros setores majoritários em 2015, incluindo o de manufaturas
e varejo. Em termos de empregos gerados, Viagens e Turismo superou vários
outros setores da indústria em 2015, incluindo serviços financeiros, educação e
saúde.
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Em nível nacional, o PIB direto de Viagens e Turismo cresceu acima da economia
– em 127 de 184 países abrangidos pela Pesquisa de Impacto Econômico em 2015.
Exemplos de economias onde Viagens e Turismo mais notadamente superaram a
economia em 2015 incluem Islândia, Japão, México, Nova Zelândia, Qatar, Arábia
Saudita, Tailândia e Uganda.
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A demanda constante por Viagens e Turismo, juntamente com setores que têm a
habilidade para consistentemente superar a economia e serem resilientes aos
choques, continuam a destacar a importância significativa e o valor do setor
como chave para o desenvolvimento econômico e criação de empregos no mundo.
Desempenho 2015
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Apesar de continuar a ultrapassar a economia global em 2015, o crescimento do
PIB direto de Viagens e Turismo foi mais modesto que em cada um dos últimos 4
anos, registrando crescimento de 3.7%. Em partes, devido ao fraco crescimento
esperado da economia global, com o crescimento do PIB em 2015 agora registrados
em 2.3%.
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Não obstante, uma série de imprevistos não econômicos tiveram impactos
prejudiciais na performance de Viagens e Turismo. Especificamente, 2015 foi
marcado por grandes ataques terroristas em países que incluem Egito, França,
Indonésia, Quênia, Nigéria, Tailândia e Tunísia, que abalaram a confiança nas
viagens a nível mundial bem como a esses destinos. Em adição, a proibição de
voos da Rússia para o Egito e Turquia (ainda que na última parte do ano), e o
surto de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio) na Coréia do Sul
impactaram negativamente a desempenho desses destinos em 2015.
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Mais além, Macau, que foi a 4ª maior economia em gastos globais em 2014,
performou um ano bastante enfraquecido em 2015. As repressões à corrupção e
lavagem de dinheiro na China, e a crescente competição de outros cassinos na
Ásia contribuíram para a queda de quase um terço na entrada de gastos com
Viagens e Turismo. Outros destinos asiáticos apresentaram contrações na entrada
de gasto com Viagens e Turismo Internacionais e contribuíram assim, para a
desaceleração nos Gastos Internacionais com Viagens e Turismo incluindo Hong
Kong, Malásia e Singapura.
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Como consequência desses fatores, a chave para o desenvolvimento em 2015,
rompendo a tendência observada por grande parte da última década, é o enfoque a
Viagens e Turismo Doméstico onde o crescimento dos gastos foi de 2,9%,
ultrapassando o crescimento dos Gastos com Viagens e Turismo (2,4%).
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Mesmo com a expectativa do baixo crescimento esperado do PIB das Viagens e
Turismo em 2015, vários outros indicadores refletiram a forte performance de
Viagens e Turismo em 2015. O desempenho dos Hotéis foi forte, com altas taxas
de ocupação, taxas médias diárias e receita por quarto disponível indicando
forte ano para todas as regiões do mundo, com exceção do Pacífico Asiático e
Oriente Médio. O tráfego de passageiros aéreos globais cresceu até 6.5% em 2015
como um todo - o ritmo mais rápido desde a crise financeira global que
repercutiu em 2010 e bem acima da média de crescimento anual de 10 anos de
5.5%. Contribuíram para esse forte crescimento as baixas taxas aéreas - caíram
aproximadamente 5% em 2014 devido, em grande parte ao declínio no preço do
petróleo. A chegada de passageiros internacionais cresceu até 4.4% em 2015, um
pouco acima do resultado de 2014 de 4.2%, de acordo com a UNWTO. Porém, a
pressão para baixo da média foi identificada na exportação de visitantes pelo
mundo chegando a 2.4% em 2015 se comparada a 4.0%, em 2014.
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Todas as sub-regiões do mundo vivenciaram crescimento no total do PIB de
Viagens e Turismo em 2015. O Sudeste Asiático experimentando o maior
crescimento de 7,9%, à frente da Ásia do Sul (7,4%). Eles são seguidos pelo
Oriente (5,9%), Caribe (5,1%), África Subsaariana (3,3%), América do Norte
(3,1%), Europa (2,5%), Nordeste da Ásia (2,1%), América Latina (1,5%) e Norte
de África (1,4%).
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Durante a última década, a Ásia tradicionalmente tem apresentado o mais rápido
crescimento em termos mundiais na contribuição da região do PIB em Viagens e
Turismo. Entretanto, em 2015 o crescimento desacelerou consideravelmente para
3.7% de 6.7% em 2014. Isto foi primariamente devido à fragilidade no nordeste
da Ásia, notavelmente em Macau, bem como Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. A
fragilidade do nordeste da Ásia foi, apesar do crescimento espetacular na saída
de despesas turísticas da China em 2015, atingindo em 67% para o ano de
Setembro de 2015 em termos nominais de dólares. As chegadas internacionais do
Japão cresceram 47% em 2015, com as receitas internacionais subindo 36% em
termos nominais de dólares. Em contrapartida, os turistas chineses parecem
estar demostrando uma preferência para viajar fora da região especialmente onde
o visto foi facilitado. A Europa tem visivelmente se beneficiada com o forte
número de visitantes chineses, os principais destinos são o Reino Unido, a
Alemanha, ao lado de outros destinos emergentes, como a Islândia. Da mesma
forma, na Oceania, Austrália e Nova Zelândia têm continuado a apresentar um
forte crescimento no recebimento de turistas chineses.
Perspectivas para 2016:
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Houve uma redução nas expectativas para o crescimento do PIB direto do setor de
Viagens e Turismo para 2016, em comparação com a previsão relatada em 2015.
Espera-se agora crescer 3,3%. Estando de acordo com revisões macroeconômicas (o
crescimento do PIB mundial previsto para 2016 reduziu de 3,1%, no ano passado
para 2,8% com as recentes previsões). Apesar dessa baixa, o crescimento do
setor de Viagens e turismo ainda é esperado que ultrapassasse o crescimento
econômico global pelo sexto ano consecutivo.
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O crescimento em 2016 de 3,3%, em comparação com 2,8% de 2015, será sustentado
por melhoras nas finanças domésticas, ajudado pelos preços mais baixos do
petróleo em mais de uma década. Espera-se que esses preços persistam ao longo
de 2016, e juntamente com tarifas aéreas mais baixas, irá apoiar o crescimento
contínuo de viagens internacionais. No entanto, enquanto a evolução dos preços
do óleo deve ser positivo a um nível global, para o setor de Viagens &
Turismo, em alguns países exportadores de petróleo, os investimento das
empresas, os gastos do governo e o emprego no setor de extração têm apresentado
retração. Isto levou a volatilidade nos mercados e mais fraco desempenho
econômico nestes países, no curto prazo que irá refletir no setor de Viagens
& Turismo como um todo. Isto tem posto em questão o paradoxo de saber se os
preços baixos do petróleo são bons ou ruins para a economia global. No entanto,
em médio prazo, preços mais baixos do petróleo devem ter um claro impacto
positivo sobre a economia mundial, e, por extensão, para o setor de Viagens
& Turismo, uma vez que os negócios e os consumidores se adaptam ao ambiente
de menor preço no petróleo.
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Para todos os componentes principais de Viagens & Turismo são esperados
registrar um crescimento mais rápido em 2016 do que em 2015. O investimento
deverá crescer 4,7% em 2016, enquanto Viagens e Turismo nacional e
internacional deverão crescer 3,3% e 3,0%, respectivamente. O crescimento das
despesas de Viagens e Turismo Domésticas é novamente esperado que reverta a
tendência de longo prazo, ultrapassando gastos internacionais em 2016, antes do
crescimento da despesa internacional que novamente irá exceder o crescimento da
despesa doméstica a partir de 2018.
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A força do dólar em relação a outras moedas vai continuar a influenciar as
tendências de viagem em 2016. Os EUA, e outras economias com moedas atreladas
ao dólar norte-americano, incluindo destinos como Hong Kong, Qatar, Arábia
Saudita e os Emirados Árabes Unidos, permanecem como destinos turísticos
relativamente mais caros, entretanto o poder de compra internacional de seus
moradores é ampliado. Os principais mercados de destino para viajantes dos EUA,
incluindo o resto da América e Europa, vão continuar a desfrutar o maior
benefício como turistas ao procurarem as opções de viagem mais acessíveis.
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Para todas as regiões é esperado um crescimento direto do PIB de Viagens e
Turismo em 2016, com exceção da América Latina (-0,5%). O Brasil, que é a maior
economia da região, respondendo por cerca de metade do PIB de Viagens e Turismo
da América Latina, é esperado que continuasse a lutar contra problemas
estruturais, e reduzir as perspectivas para a região como um todo. Contudo, a
fraca perspectiva do Brasil torna melhor as perspectivas para destinos como
Chile e Colômbia, onde é esperado crescimento robusto em 2016.
Perspectivas de longo prazo 2016 -2026
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O setor de Viagens & Turismo deverá crescer, em termos de contribuição para
o PIB, em média 4% por ano nos próximos dez anos, continuando a superar a
economia global ao longo do período da previsão. A divergência de crescimento
do PIB entre toda a economia e o crescimento direto entre Viagens e Turismo
deverá aumentar para 1,4 pontos percentuais nos últimos anos, devido aos
componentes de Viagens & Turismo continuarem a crescer mais rapidamente, em
contrapartida aos termos macroeconômicos, entre os outros setores.
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Em 2026, Viagens e Turismo é esperado manter 370 milhões de empregos em nível
mundial, o que equivalerá a 1 em 9 de todos os empregos no mundo.
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O Sul da Ásia, por alguma distância, será a sub-região que mais crescerá no
crescimento total do PIB de Viagens e Turismo em longo prazo para 2026 (7,1%),
assim como a Índia (7,5%), que ultrapassará a China (7,0%). A próxima camada de
sub-regiões, com crescimento de 4% a 6% no total do PIB de Viagens e Turismo,
incluem o Sudeste da Ásia (5,8%), seguido pelo Nordeste da Ásia (5,6%), África
Subsaariana (5,2%), Oriente Médio (4,9%) e Norte da África (4,2%). Enquanto
isso, o crescimento na América Latina (3,7%), América do Norte (3,5%), o Caribe
(3,4%) e na Europa (2,8%) é esperado estar abaixo da média mundial de 4% ao
ano.
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Algumas destas taxas de crescimento regionais devem, no entanto, serem vistas
no contexto do desempenho passado. A arrecadação do PIB total de Viagens &
Turismo do Norte de África, por exemplo - O crescimento do PIB teve em média
crescimento de 2,8% entre 2010 e 2015. Em 2026, o total do PIB de Viagens e
Turismo da África só será 33% maior em relação aos níveis de 2010, em
comparação com o crescimento no período de 178% para o Sudeste Asiático.
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O mais rápido crescimento dos países do G20 para o PIB total de Viagens e
Turismo até 2026 será na China, Índia, Indonésia, México e África do Sul. Entre
as economias menores não-G20 estão, o Quirguistão, Myanmar, Tanzânia, Vietnam e
Zâmbia em que se espera mostrar o mais forte crescimento.
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De acordo com as previsões do ano passado, para a China é esperado que o
crescimento ultrapasse o dos EUA em níveis de investimento no setor de Viagens
e Turismo até o final do período de previsão - mas permanecendo atrás dos EUA
em termos de arrecadação do PIB total de Viagens e turismo, de arrecadação do
PIB direto, de gastos domésticos e na exportação de visitantes.
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A previsão de forte crescimento para a Índia irá impulsioná-la para o Top dez
de Viagens e Turismo até 2026, passando de 12º em 2015 até a 7 º posição até
2026, em termos de arrecadação do PIB de Viagens e Turismo. Para outros países
espera-se que executem movimentos perceptíveis até a tabela classificativa
global do PIB de Viagens & Turismo em que incluem Myanmar, Namíbia,
Tanzânia, Uganda, Vietnã e Zâmbia.
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Até 2026, a Tailândia passará para o segundo colocado em termos de exportação
de visitantes, passando a China e a Espanha.
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China, EUA, Alemanha e Reino Unido permanecerão os quatro maiores mercados até
2026 em termos de gastos no exterior. Índia, Indonésia e Singapura farão
movimentos notáveis no quadro classificatório em níveis de gastos no exterior.
Fonte: Travel and Tourism Economic Impact 2016
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