“Relatório da ABAG mostra que aumentaram no país os números da frota de jatos e dos pousos e decolagens dos aviões executivos”
O compartilhamento de
aeronaves executivas é uma modalidade de negócios na aviação que está crescendo
rapidamente no Brasil, especialmente após a entrada em vigor, em outubro de
2021, da Instrução Suplementar (IS) nº 91-013A, publicada pela Agência Nacional
de Aviação Civil (ANAC).
A norma detalha as orientações
sobre como obter a certificação, os prazos e a documentação, necessários para a
operação desse tipo de serviço.
A IS nº 91-013A integra uma
série de medidas do Programa Voo Simples, lançado em 2020 e que tem por
objetivo modernizar, simplificar e desburocratizar o setor de aviação civil no
país.
Números recentes da Associação
Brasileira de Aviação Geral (ABAG) demonstram que esse mercado de
compartilhamento de aeronaves pode sim ter sido alavancado pela nova norma da
Anac.
Segundo a ABAG, o Brasil
registrou uma média mensal de 30 mil pousos e decolagens de voos executivos de
janeiro a outubro de 2022, uma alta de 15% em relação ao mesmo período em 2019,
antes da pandemia e de 40% na comparação com 2020. Também segundo o relatório
da entidade, pelo terceiro ano consecutivo, a frota da aviação executiva no
País registrou aumento: em 2020, eram 688 aeronaves desse tipo operando; em
2021, foram 728; e até outubro de 2022, eram 780 jatos em operação.
Para o empresário Rodrigo
Neiva, o avanço e a consolidação desse mercado de compartilhamento de aeronaves
abre um enorme leque de oportunidades de negócios. “Isso impacta positivamente
desde a criação de novas empresas para operar esse tipo de serviço, passando
pela manutenção aeronáutica e também aeroportos preparados para receber os voos
executivos que tendem aumentar nos próximos anos”, explica Neiva, que é diretor
comercial do Antares Polo Aeronáutico, empreendimento que está sendo construído
na Região Metropolitana de Goiânia e que irá abarcar, além de um moderno
aeroporto executivo, áreas e galpões comerciais voltados para empresas ligadas
à aviação civil e afins.
Ao falar da importância de um
projeto como o Antares para a aviação civil, Neiva lembra que “não existe avião
sem aeroporto, um dependo do outro diretamente”. “O Antares pela sua estrutura
e sua localização será um hub da aviação de negócios no Brasil”, destaca o
empresário ao ressaltar que o empreendimento resultará no maior e mais moderno
aeroporto executivo do centro-oeste brasileiro.
Solução
Rodrigo Neiva explica que o
compartilhamento de aviões executivos vem se mostrando como uma solução rápida,
segura e econômica para empresários e altos executivos que precisam se deslocar
com agilidade pelo país, sem depender dos voos comerciais das grandes
companhias aéreas, que geralmente não têm a mesma flexibilidade de datas e
horários. “Ao em vez de comprar uma aeronave totalmente exclusiva, o que incide
num investimento bem maior, sem falar nos custos de manutenção, hoje é possível
dividir a propriedade com outras pessoas de forma igualitária, bem como os
custos operacionais e de manutenção”.
Rodrigo afirma que a IS nº
91-013A da ANAC facilitou a operação desse tipo de serviço. “Antes dessa nova
regra, os interessados em adquirir cotas de um avião tinham que formar uma
cooperativa. Agora não, você pode obter o registro aeronáutico Brasileiro (RAB)
como pessoa física e declarar no imposto de renda”, esclarece o empresário. Ele
também explica que um grupo de pessoas adquire uma aeronave ou uma empresa, e
divide em cotas, porém é importante saber que é necessário existir um
administrador. “Já no caso de uma empresa ela pode ter uma ou mais de uma
aeronave e comercializar as cotas para vários clientes e ela fazer a
administração dos aparelhos” , esclarece.
O aumento da demanda por voos executivos já criou oportunidade para as gestoras
de compartilhamento de aeronaves, como a Avantto, que registrou um aumento de
quase 50% na busca pelos seus serviços. O modelo de negócio, que divide uma
aeronave em até 20 donos, possibilita que os clientes tenham acesso ao
equipamento quando precisarem sem desembolsar o valor total de uma unidade.
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