“Cancelar eventos
e fechar estabelecimentos é essencial para diminuir o número de casos e
melhorar o tratamento das pessoas infectadas pelo novo coronavírus”
Com a chegada da pandemia do
novo coronavírus em
diversos países do mundo, os governos ao redor do globo estão adotando medidas
com o intuito de “achatar a curva” de crescimento de casos da Covid-19. Para isso, uma das medidas tomadas em diversos lugares, incluindo o Brasil, é o
chamado “distanciamento social”, que consiste no fechamento de estabelecimentos
e no banimento de eventos onde existam aglomerações sociais.
Mas, afinal, o que é esse tal
“achatamento da curva” e por que sair menos de casa pode ajuda?
Para entender a questão,
primeiro é preciso compreender como o novo coronavírus se espalha. Segundo os especialistas, os organismos causadores
da Covid-19 se
espalham pelo ar e pelo contato, como a gripe comum.
Isso significa que ficar perto
de quem está doente aumenta as chances de ser infectado, pois, além de ficar no
ar, os microrganismos sobrevivem até três dias em diversas superfícies. Logo, tocar em locais
contaminados e depois levar a mão à boca ou aos olhos pode causar infecção.
A facilidade com que a doença
se espalha faz com que os casos de Covid-19 no Brasil dobrem a cada três dias,
segundo o Ministério da Saúde . É também por isso que as recomendações dos especialistas são
manter as mãos higienizadas e evitar ter contato com quem esteja infectado.
Distanciamento social
Outra medida para a contenção da doença é o distanciamento social, que consiste no fechamento de estabelecimentos, como restaurantes e lojas, e o cancelamento de eventos com grande público, como festas, shows e jogos de futebol. Esse método também é sinônimo de evitar cumprimentar os outros e manter uma distância de no mínimo 2 metros entre as pessoas.
Outra medida para a contenção da doença é o distanciamento social, que consiste no fechamento de estabelecimentos, como restaurantes e lojas, e o cancelamento de eventos com grande público, como festas, shows e jogos de futebol. Esse método também é sinônimo de evitar cumprimentar os outros e manter uma distância de no mínimo 2 metros entre as pessoas.
“Na cidade de Nova York, por
exemplo, os teatros fecharam temporariamente, muitas convenções em todo o mundo
estão sendo canceladas e as escolas estão fechando em todos os EUA”, escreveu
Thomas Perls, professor de medicina da Universidade de Boston, em um texto
do The Conversation. Como explicam os
especialistas, todas essas pequenas atitudes diminuem (e muito) a chance de
contágio. Primeiro porque é impossível isolar todas as pessoas contaminadas,
segundo porque a medida faz com que mantenhamos uma distância segura de quem
está infectado e ainda não sabe: estudos mostram que o novo coronavírus pode
ficar incubado por até 5 dias antes dos sintomas aparecerem.
“Controlamos o desejo das
pessoas de estar em locais públicos fechando esses lugares”, explicou Drew
Harris, da Universidade Thomas Jefferson, ao The Washington Post. “Reduzir a
oportunidade de encontros ajuda no distanciamento social.”
Foi exatamente isso que ajudou
a Coreia do Sul a combater a pandemia, segundo o professor Javier Valls Prieto
da Universidade de Granada, na Espanha. Como explicou em um texto publicado
no The Conversation, mais de 200
mil testes para a Covid-19 foram realizados no país e, após a implementação
do distanciamento social, a taxa de pessoas afetadas caiu de 813 em 29 de
fevereiro para 114 em 12 de março.
O tal “achatamento da curva”
O termo “achatar a curva” ficou conhecido após a revista The Economist explicar a ideia em uma reportagem publicada em fevereiro, e o especialista Drew Harris compartilhar um gráfico em suas redes sociais. O gráfico mostra o número de casos de Covid-19 em função do tempo — e é justamente essa relação que precisa ser alterada. Veja:
O termo “achatar a curva” ficou conhecido após a revista The Economist explicar a ideia em uma reportagem publicada em fevereiro, e o especialista Drew Harris compartilhar um gráfico em suas redes sociais. O gráfico mostra o número de casos de Covid-19 em função do tempo — e é justamente essa relação que precisa ser alterada. Veja:
A curva em vermelho mostra o
aumento acentuado nos casos que podem ocorrer se não tomarmos medidas
preventivas. Já a segunda curva, em azul, mostra a curva “achatada”, com os
casos” da Covid-19 espalhados ao longo do tempo — o cenário ideal.
De acordo com os profissionais
de saúde, por mais que dessa forma a pandemia demore mais para terminar, os
benefícios são inúmeros: além de diminuir o número de contaminações, desse
jeito os pacientes recebem tratamento melhor, o que reduz a agressividade da
doença e o número de fatalidades.
"Se você pensa no nosso
sistema de saúde como um vagão do metrô, [a curva vermelha] é hora do rush:
todo mundo quer entrar no trem de uma vez, e as pessoas começam a se amontoar
na porta", exemplificou Drew Harris à NPR.
"Não há espaço suficiente no trem para levar todos, para acomodar todos.
Esse é o sistema que está sobrecarregado. Ele simplesmente não consegue lidar
com isso, e as pessoas acabam não recebendo os serviços que precisam.” A Itália, país com maior
número de infectados além da China, é um exemplo claro da “curva vermelha”: os casos foram de 3 para mais de 9 mil
entre 31 de janeiro e 9 de março. Por lá, as autoridades demoraram para
implementar medidas de contenção como o distanciamento social, o que resultou
em um número muito maior de doentes do que o país pode tratar corretamente
"O que precisamos é
achatar essa curva", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto
Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, segundo o The New York
Times. "Fazemos isso para tentar interferir no fluxo natural da
pandemia."
fonte: matéria assinada por Giuliana Viggiano Revista Galileu
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