“Ministro Silvio Costa Filho apresentou a iniciativa no Aeroporto de Congonhas e afirmou que ação vai transformar os terminais em espaços de conscientização e quebra do silêncio”
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| @Jonilton Lima |
A ação integra a segunda fase
da campanha "Assédio Não Decola", iniciada em maio deste ano, voltada
à conscientização e ao enfrentamento da violência contra as mulheres. A
iniciativa, desenvolvida pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) em
parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Associação
Brasileira das Concessionárias de Aeroportos (ABR), orienta trabalhadores,
empresas, passageiros e usuários sobre prevenção, enfrentamento ao assédio e os
canais adequados de denúncia e apoio.
Campanha de sensibilização
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| @rede social |
Durante o evento, o ministro explicou a importância de usar os aeroportos para ampliar a campanha de combate ao feminicídio, por serem locais com grande movimentação de pessoas. "São locais de grande concentração, com passageiros indo e vindo. E é por isso que estamos fazendo esse chamado para que as pessoas denunciem."
Silvio Costa Filho afirmou ainda que todo o Governo Federal está comprometido com a pauta de proteção às mulheres e que o trabalho será feito de maneira integrada. “Nos aeroportos, contaremos com a fiscalização por meio de câmeras com o trabalho da Polícia Federal para evitar todo tipo de violência e assédio. E conto com as concessionárias para se envolverem na divulgação da campanha, para que possamos, de maneira coletiva, atuar a favor das mulheres do Brasil.”
Feminicídio não Decola
Para a gerente do Programa
Mulheres na Aviação, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ana Mota, a
campanha do MPor reforça a importância de usar todos os locais para reforçar o
combate à violência contra as mulheres. "Nenhuma forma de violência pode
ser naturalizada e nem tolerada em nenhum ambiente. Nós da Anac apoiamos essas
iniciativas, que dialogam com ações dos nossos programas "Asas para
Todos" e "Mulheres na Aviação", e contribuem para que a aviação
seja um espaço que promove respeito, espaço e dignidade.
Ana Mota destacou ainda que a campanha precisa envolver o poder público, companhias aéreas, concessionárias, profissionais do setor e também dos passageiros. "Porque enfrentar a violência contra a mulher é uma responsabilidade de todos nós. Que essa campanha ajude a salvar vidas fortaleça redes de apoio e deixe claro que a violência contra a mulher não pode seguir adiante."
A campanha do MPor vai divulgar vídeos e cartazes pelos terminais reforçando canais de denúncia do Governo Federal, como o Ligue 180, e incentivando à população a procurar os serviços de segurança dos aeroportos, os balcões de informações e os comissários de bordo.
Novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Em 2024, o Brasil atingiu o
maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. É
o que aponta o novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho
deste ano. Ao todo, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa uma média de
quatro mortes por dia. De acordo com os dados mais recentes, a taxa de
feminicídios no país aumentou em 0,7% de 2023 para 2024. Os autores dos crimes
são, majoritariamente, companheiros (60,7%) e ex-companheiros (19,1%), que,
juntos, somam quase 80% dos casos. Em 97% dos feminicídios com autoria
identificada, o agressor era do sexo masculino.
O perfil das vítimas de feminicídio em 2024 é composto, em maioria, por mulheres negras (63,6%), e vítimas entre 18 e 44 anos (70,5%). Houve um aumento significativo de 30,7% nos feminicídios de adolescentes (12 a 17 anos) e um crescimento de 20,7% entre mulheres com 60 anos ou mais. A maior parte dos crimes (64,3%) ocorreu na residência da vítima, sendo a arma branca o principal instrumento utilizado (48,4%).



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