“O seguro dos cartões de crédito deve ser entendido como complementar a um plano de seguro viagem”
De acordo com dados do Banco
Central, no Brasil, há cerca de 85 milhões de usuários de cartões de crédito.
As bandeiras desses cartões costumam incluir, entre os benefícios, seguro
viagem gratuito para categorias mais elevadas (gold, platinum, black, infinite
e similares). No entanto, é preciso estar atento: para boa parte das viagens,
esse seguro dos cartões de crédito não é suficiente, e o viajante pode se dar
conta disso tarde demais.
O alerta é do especialista
Hugo Reichenbach, diretor de operações e sócio da Real Seguro Viagem, o
primeiro comparador online de seguros de viagem do Brasil. Ele explica que, na
grande maioria dos casos, o valor do seguro viagem oferecido pelas bandeiras de
cartão de crédito como benefício sequer cobre o mínimo exigido em países que
estão entre os destinos mais procurados. “Nesse caso, o viajante não consegue
nem passar pelo setor de migração”, afirma.
Em média, o valor do seguro
viagem dos cartões de crédito é de US$ 15 mil. Na Europa, por exemplo, o mínimo
exigido é de 30 mil euros. Vale destacar que o seguro viagem é obrigatório para
entrada em 29 países europeus listados no Tratado de Schengen (sobre a
circulação de pessoas no continente), além de Cuba, Venezuela, Equador e no
Oriente Médio (Afeganistão, Emirados Árabes, Irã, Israel, Jordânia, Kuwait,
Líbano, Omã, Síria e Turquia). Austrália e Irlanda exigem seguro para
intercambistas.
Outro problema adverte o
especialista, é que a cobertura do seguro viagem dos cartões de crédito é
feita, na maior parte, por reembolso. Ou seja, o viajante arca com as despesas
do imprevisto (como o atendimento médico) e, posteriormente, é ressarcido. Com
os planos das seguradoras, não: os custos já são supridos diretamente por essas
empresas.
“Muitas vezes, o viajante não
está em condições financeiras de arcar com aquela despesa para depois serem
reembolsadas, especialmente despesas com assistência médica, que são muito
elevadas, sobretudo em alguns países, como os Estados Unidos. Além disso, o
reembolso é burocrático: o segurado precisa primeiro contatar a bandeira do
cartão de crédito, que, então, aciona a seguradora”, pontua Reichenbach.
Há ainda um detalhe que, por
vezes, escapa da atenção do viajante: o benefício do seguro viagem do cartão de
crédito só costuma valer se a compra da viagem (passagem, pacote) for feita com
o cartão de crédito. “A pessoa pode achar que está segurada, mas só percebe que
não está quando precisar e então se dá conta de que a ativação do benefício
estava condicionada a essa forma de pagamento”, ressalta.
De qualquer maneira, ainda que
todos esses detalhes sejam observados, há limitações de cobertura. Os seguros
de cartões de crédito são menos abrangentes que os planos de seguro viagem,
observa Reichenbach.
Há variações de bandeira para
bandeira, todavia, em geral, não costumam contemplar dois dos problemas mais
recorrentes: o extravio de bagagem e o cancelamento de voos. São restritas
também as despesas com assistência médica, geralmente limitadas a atendimentos
emergenciais, com tetos de valores quase sempre inferiores ao custo real desses
atendimentos.
Diante desse cenário, o
diretor de operações da Real Seguro Viagem avalia que o seguro dos cartões de
crédito deve ser entendido como complementar a um plano de seguro viagem. “O
seguro de viagem tradicional permite personalização, para cobrir aspectos
específicos de cada viajante e sua viagem. O seguro dos cartões de crédito,
além das restrições, é padronizado”, compara.
Saiba Mais
A equipe da Real Seguro Viagem elaborou materiais
avaliando e comparando planos de seguro viagem e seguros de cartões de crédito.
Confira em:
https://www.seguroviagem.srv.
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