“Durante toda esta semana especialistas estarão promovendo debates sobre práticas sustentáveis e inovação no setor”
De 2 a 6 de junho, Foz do Iguaçu
recebe a 1ª Conferência de Geologia e Mineração do Mercosul, parte do GeoMinE
Foz, no Centro de Eventos do Mabu Thermas. O objetivo da conferência
é atrair a atenção de pesquisadores, gestores e governos, principalmente
dos países do Mercosul, como o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.
A programação que vai reunir geólogos, pesquisadores e
cientistas nacionais e internacionais, inclui a realização do 13º Simpósio
Sul-Brasileiro de Geologia e o 9º Simpósio de Vulcanismo e Ambientes
Associados.
O evento é realizado pela
Sociedade Brasileira de Geologia, juntamente com os núcleos do Paraná e Rio
Grande do Sul.
O Simpósio é destinado às comunidades científicas, universidades, escolas e empresários de diversos setores, como agronegócio, infraestrutura e turismo, promovendo debates sobre práticas sustentáveis e pesquisas inovadoras. “O evento é bastante eclético e terá diversos temas que podem agregar trabalhos, pesquisas e até despertar o interesse de universitários para a formação profissional”, destacou um dos organizadores, o geólogo Marcell Leonard Besser
Um tema bastante relevante durante o 13º Simpósio Sul-Brasileiro de Geologia será a sessão que abordará geoparques e geoturismo. Vão ser apresentadas pesquisas e iniciativas voltadas à identificação, promoção e conservação da geodiversidade e do patrimônio geológico em áreas turísticas. “Este é um tema importante para ser discutido numa cidade turística como Foz do Iguaçu, que abriga as Cataratas do Iguaçu, resultado de uma erupção vulcânica, e a construção da Hidrelétrica de Itaipu, dois grandes atrativos turísticos com formações geológicas únicas”, completou o organizador.
Simpósio de Vulcanismo
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Vulcão Tapalam, na cidade de Marilândia do Sul |
O 9º Simpósio de Vulcanismo e
Ambientes Associados, promete reunir pesquisadores, profissionais,
estudantes e entusiastas do tema. O simpósio tem como foco a apresentação de
pesquisas e debates sobre vulcanismo e recursos minerais relacionados,
promovendo uma rica troca de conhecimento e interação entre os participantes. O
encontro busca também destacar os avanços nas áreas de vulcanologia e suas
conexões com recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento científico
e profissional do setor.
Outra sessão temática contempla trabalhos relacionados ao estudo de fósseis e à evolução da vida no registro geológico. A paleontologia não está tão longe dos brasileiros. Em 2019, durante uma escavação na beira da estrada para escoar a água da chuva, foi encontrado um dos sítios paleontológicos mais importantes do Brasil, localizado em Cruzeiro do Oeste, no Noroeste do Paraná. O local ficou famoso quando foi revelada a descoberta do primeiro dinossauro encontrado no Estado, o Vespersaurus paranaensis.
A descoberta do vulcão Tapalam, em 2019, na cidade de Marilândia do Sul, também no Paraná, ganhou destaque internacional com publicação na Bulletin of Volcanology, a mais antiga revista de vulcanologia, e ampla cobertura na mídia nacional. O vulcão, ativo há 134 milhões de anos, lançava lava a alturas superiores a três torres Eiffel empilhadas. A pesquisa foi conduzida pelo geólogo curitibano Marcell Leonard Besser, do Serviço Geológico do Brasil, que identificou raras rochas piroclásticas, fundamentais para comprovar sua existência. “O tufo de Tapalam oferece insights valiosos sobre a história vulcânica e os processos geodinâmicos ligados a erupções de alto volume, que tiveram um papel crucial na formação do passado da Terra”, afirma o geólogo.
Geologia na agricultura paranaense
A geologia é a ciência que investiga a composição, estrutura e processos da Terra, incluindo a formação de rochas e minerais. Mais do que desvendar o passado do planeta, ela molda o presente e o futuro, conectando ciência, sustentabilidade e desenvolvimento em setores fundamentais para a sociedade.
No setor energético, a geologia desempenha um papel crucial ao identificar recursos como petróleo, gás natural, lítio e materiais para baterias, entre outros. A transição para energias renováveis, como solar e eólica, também depende de estudos geológicos para localizar os materiais usados em painéis solares e turbinas. No Paraná, a geologia revelou reservas de ouro, prata, carvão e petróleo de xisto betuminoso, além de fontes de águas minerais.
Na agricultura paranaense, uma das mais produtivas do Brasil, a geologia é indispensável. Solos férteis, originados da decomposição de rochas vulcânicas, são ricos em minerais e sustentam culturas como café, cana-de-açúcar e grãos, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e segurança alimentar.
Infraestrutura é outro setor impactado pela geologia. Análises geológicas são fundamentais antes de obras como pontes, barragens e rodovias, garantindo segurança e evitando riscos estruturais.
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As Cataratas do Iguaçu foram formadas por erupções vulcânicas |
Por fim, a geologia tem papel estratégico na gestão de desastres naturais e também no turismo sustentável. Geossítios como as Cataratas do Iguaçu, formadas por erupções vulcânicas e cânions rochosos, exemplificam como o estudo da Terra conecta ciência, cultura e economia.
Sobre a Sociedade Brasileira de Geologia
Fundada em 27 de dezembro de 1945, a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) é uma entidade sem fins lucrativos voltada ao avanço das geociências no Brasil. Com caráter cultural e de utilidade pública, aplica seus recursos exclusivamente em ações que promovam sua missão.
A SBG tem como missão fomentar o conhecimento, a divulgação e o desenvolvimento das geociências, promovendo a gestão sustentável de recursos minerais, energéticos não renováveis e hídricos, baseada nos princípios de geoética e geoconservação seus principais objetivos incluem:
· Reunir
profissionais e interessados na área de geociências;
· Organizar
eventos periódicos, como o Congresso Brasileiro de Geologia,
realizado a cada dois anos;
· Incentivar
a educação, formação profissional e pesquisa contínua;
· Publicar
e divulgar conteúdo técnico-científico e informativo;
· Colaborar
com órgãos públicos e privados em questões ambientais e científicas;
· Defender
a gestão sustentável dos recursos naturais e a relevância das geociências para
a sociedade.
· Compromisso
com Educação e Sustentabilidade
A SBG também promove intercâmbio técnico-científico, apoia a educação sobre o planeta e sua história, e se posiciona sobre políticas públicas ligadas às geociências, fortalecendo o papel da área no desenvolvimento sustentável do Brasil.
fotos:Silvana Canal MKT
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